terça-feira, 20 de julho de 2010

Pesquisadores identificam planta capaz de neutralizar o veneno da surucucu




Uma pesquisa inédita da UFF (Universidade Federal Fluminense) identificou uma planta capaz de neutralizar o veneno da cobra surucucu, uma das mais letais e a maior serpente venenosa da América do Sul.

O estudo de Rafael Cisne e André Fuly analisou as propriedades antiofídicas de 12 plantas brasileiras e descobriu que o extrato da S. barbatiman se mostrou totalmente eficaz contra o veneno da cobra surucucu, inclusive depois de submetido ao aquecimento de 80°C, oferecendo a mesma proteção.

Popularmente conhecida como 'barbatimão', 'barba-de-timão' ou 'casca da virgindade', a planta também possui outras atividades terapêuticas como cicatrizante, anti-hemorrágica e antimicrobiana.

Os acidentes com cobras são hoje combatidos com o soro antiofídico, mas eles apresentam vários efeitos colaterais, além de custos altos e dificuldades na distribuição, devido à exigência de conservação em baixas temperaturas.

O estudo, desenvolvido no Laboratório de Venenos e Toxinas de animais e Avaliação de Inibidores (Lavenotoxi), da UFF, e coordenado pelo professor André Lopes Fuly, mostra a distribuição dos acidentes ofídicos no Brasil, por Estado, a sazonalidade com que ocorrem, os efeitos que provocam no organismo humano e porque são considerados um problema de saúde pública grave.

Embora a maioria dos acidentes ocorra na zona rural, há certas evidências, segundo a pesquisa, de uma possível adaptação das serpentes às periferias das cidades, pois as precárias condições de saneamento básico propiciam a proliferação de roedores, que servem de alimento para as serpentes.

As vítimas são, preferencialmente, do sexo masculino, com idades entre 15 e 49 anos e, em 70% dos casos, são atingidos os membros inferiores. Os acidentes ocorrerem com mais freqüência nos meses quentes e chuvosos. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste esse aumento ocorre entre os meses de setembro a março, enquanto que na região Nordeste, o aumento é de janeiro a maio e, na região Norte, observa-se de maneira uniforme durante todo o ano. O Estado com o maior número de registros de ocorrência é o Pará, seguido de Minas Gerais, Bahia e São Paulo.

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